Ideias-chave: sinto, sou, estou; conectar e expandir, sem deixar de reflectir; ser quem sou, mostrar-me aos outros.
Aproveitemos este tempo de Solstício para nos conectarmos com as energias benfazejas da terra e do sol, abraçando o que é simples e natural e deixando que o nosso bem-estar se mostre e contagie. Já estávamos a precisar de um momento assim, não o deixemos passar sem tirarmos dele o melhor para nós.
Este é um dos tempos especiais do ciclo anual do calendário que têm a ver com tudo o que nos rodeia, e a vinda da Imperatriz, para o reforçar, vira-nos para o nosso lado mais simples e fértil, a nossa relação com o estar, com o corpo e os sentidos, com a Natureza em geral e em particular com os outros, dum modo primário e cuidador. Ela pede um tempo para nos dedicarmos às crianças, aos animais, às plantas, à natureza. Dum modo singelo e descomplicado, gere a vida e a ela se dedica, de corpo e alma. Há na Imperatriz uma generosidade maternal de entrega absoluta, na preservação e na celebração de tudo o que está vivo.
Mas também vem o Sol, para iluminar um momento a que preside naturalmente, quando se assinala o dia mais curto (ou o mais longo) do ano e a viragem do ciclo da luz e da sombra, de decrescente para crescente, e vice-versa. O Sol traz consigo a expansão dum Eu que não tem medo de se mostrar, que se dá sem se perder. Com o Sol tudo pode ficar “às claras”, evidente, generoso e positivo.
Com estas descrições, parece só virem bênçãos em nossa direcção, na semana que hoje entra. Mas há que lembrar que a Imperatriz é demasiado irracional, e que o Sol, quando é demais, pode queimar e destruir. Assim, há que cuidar de não deixar o nosso Ego exacerbar ou o nosso instinto tomar posse de todas as nossas decisões. Para isso, temos a ajuda do Eremita, que já vem da semana passada, convidando a que reservemos todos os dias algum espaço para reflectirmos sobre nós mesmos, as nossas motivações e desejos mais íntimos, num exercício de introspecção que se quer prolongado e cuidadoso.
Entramos então num ciclo festivo para muitos de nós, em companhia de energias que nos podem ajudar a melhor estar, melhor nos darmos e nos tentarmos conhecer um pouco mais. Como não aproveitar?
Identifiquemos algumas ideias-chave: simplicidade e generosidade, por exemplo. Viremos as celebrações para o que é importante e autêntico, demos de nós e não apenas do nosso dinheiro. Estejamos de bem connosco e com os outros – e que melhor maneira há de estar?
Feliz Solstício para todos nós!
Imagem : Sun and Moon Tarot, de Vanessa Decort, 2010
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